Amamos os nossos filhos?
Estamos convencidos que sim!
Será que lhes damos a melhor educação?
Quando nascem é uma enorme felicidade e olhamos para eles e pensamos que são a nossa única riqueza e por eles somos capazes de dar a nossa própria vida.
Aquele bebé vai ter todo o amor que merece, os dias vão passando e nós enchemo-lo de mimos.
Ao fim de poucos meses o nosso bebé vai começando a articular uns sons e consegue pronunciar “papá” ou “mamã” e nós ficamos muito felizes.
Um dia vimos que o nosso bebé que se encontrava no chão a brincar se tenta levantar agarrado a qualquer coisa e tenta dar o primeiro passo e ficamos vaidosos.
O nosso menino quer começar a andar.
Ficamos tão contentes que lhe pegamos ao colo e damos-lhe muitos mimos.
Mas o nosso bebé já aprendeu a colocar-se de pé e quer andar e quando numa das tentativas cai e chora, nós corremos e ficamos ansiosos, com medo que ele se possa magoar.
E a nossa ansiedade é transmitida ao nosso filho, mas nós não nos apercebemos disso, apenas agimos pensando ser o melhor para ele.
Acontece que apesar de ser um bebé, ele sentiu o nosso receio e começa também com medo de voltar a cair.
Durante uns tempos, o nosso menino fica sossegado a brincar, desloca-se a gatinhar, o que nos deixa também um pouco mais calmos porque o perigo não é tão grande.
Quando esta fase é ultrapassada e ele já anda sem qualquer problema, surge outro, pois temos um traquina em casa que corre e salta sem parar e nós começamos a repreender aquela criança, a provocar-lhe medos durante o seu crescimento.
E assim, ele à medida que cresce, vai ganhando receios das coisas novas que lhe surge e nós vamos cada vez mais ficando ansiosos.
Entretanto procuramos dar-lhe os melhores brinquedos e todas as novidades que surgem nós lhe oferecemos.
E quando não oferecemos, o nosso menino sabe pedir e nós compramos, não sabemos dizer, agora não pode ser.
E quando já é mais crescidinho, nós queremos dizer não e não é possível, porque o nosso menino aprendeu a manipular-nos e acabamos por ceder.
Quando está na idade de entrar na escola, temos o cuidado de procurar a melhor.
E o nosso filho começa a estudar e não está habituado a ouvir a palavra “não”, “não podes” ou “agora não”.
E chora, faz birras e nós vamos a correr, porque o nosso menino na primeira semana de aulas já chora e não pode ser.
Mas não pensamos que a educação que lhe damos não o prepara para estas situações.
Começam os problemas, pois recebeu tantos mimos que não se sabe defender, não sabe conviver com os colegas e sente-se rejeitado, porque quer fazer o que lhe apetece e não pode ser.
Começa o insucesso escolar e nós não compreendemos, até porque o nosso filho é muito inteligente.
E continuamos a dar-lhe mimos e tentamos dar-lhe as melhores coisas e um dia, ele entra em casa e começa a exigir outras coisas que vê nas mãos dos colegas e vamos cedendo, porque o nosso menino tem que ter tudo.
Nós não lhe dizemos que não pode ser, apenas poderemos dizer-lhe que quando for possível se compra.
Assim, ele tem sempre a esperança de obter o que quer e nunca ouve da nossa boca, não posso comprar e não podes ter.
Este menino vai crescendo e vai aprendendo a ser egoísta, invejoso e arrogante.
E desde que nasceu que nós nos preocupamos, porque temos medo que alguma coisa lhe aconteça.
Não os deixamos jogar à bola quando querem, porque nós não estamos disponíveis para os acompanhar.
Não os deixamos andar na rua sozinhos, porque achamos que ainda não têm idade.
E assim, o nosso menino vai crescendo, condicionado aos nossos medos e ansiedades.
Torna-se um adulto e não se encontra preparado para a vida e um dia reclamamos que fizemos tudo pelo nosso filho, mas ele não aproveitou e nunca em momento algum, pensamos que nós é que falhámos na educação que lhe demos.
No entanto nós consideramo-nos umas excelentes pessoas, cheias de bons sentimentos, dizemos que acreditamos em Deus, que fazemos caridade e que estamos cheios de fé.
Nós idealizamos um futuro para os nossos filhos e ao vermos que aquilo que projectámos não irá ser realizado, sentimos revolta e chegamos a perguntar a Deus porque é que estas coisas acontecem, porque achamos que não merecemos.
E até pensamos que quando os nossos filhos eram pequenos, construíamos o presépio para comemorar o nascimento do menino Jesus.
E nele, era colocado os seus pais, Maria e José, a vaca e o burro, para aquecer o menino nas palhinhas.
Que desde sempre tentámos falar de Deus e de Jesus, aos nossos filhos.
Mas nunca nos lembramos de seus pais como uma família.
Rezamos à Nossa Senhora, pedindo-Lhe ajuda.
Lembramo-nos Dela e de toda a história das aparições de Fátima, falamos dos três pastorinhos, Francisca, Jacinto e Lúcia.
Comovemo-nos com todas as peregrinações e promessas que as pessoas fazem a Nossa Senhora.
Mas nunca parámos para pensar:
Quem foi Maria, mãe de Jesus?
E que valores é que Ela, enquanto esteve na Terra nos transmitiu?
A sua missão teria sido apenas a de dar á luz Jesus Cristo?
Um Espirito Superior, que veio à Terra para ensinar aos homens o que é a humildade, o perdão, a caridade, o amor, a tolerância, a benevolência, a bondade, a piedade e apelar à sua união?
Maria e José, são o símbolo da união familiar, do amor, da simplicidade, da humildade, da bondade, da fé, do perdão, da tolerância, da aceitação.
Como pais amaram o seu filho, tal como nós amamos os nossos filhos.
José era carpinteiro e enquanto trabalhava a madeira, tinha visões acerca do que iria acontecer com o seu filho Jesus e nunca nada dizia, aceitava tudo com humildade.
Maria como todas nós, amava o seu filho.
Ela amava com liberdade, com confiança e fé.
Ela viu Jesus ser maltratado e também sofria por isso, mas nunca perdia a sua fé.
Quando Jesus saía, Ela nunca se mostrava ansiosa ou com receios.
Nem mesmo no momento em que Jesus foi crucificado Maria se sentiu revoltada com a maldade dos homens, Ela não perdeu a sua fé e confiança em Deus.
Não deveremos seguir o seu exemplo?
Nós olhamos para os nossos filhos, como se eles fossem nossos, projectamos o futuro que queremos que eles tenham e não pode ser.
A nós, apenas nos compete educa-los e orientá-los para a vida, porque nunca nos podemos esquecer que estamos todos em evolução e que todos vimos à Terra com uma missão.
Por isso, temos que deixar ser os nossos próprios filhos a traçarem o seu futuro, pois não sabemos qual é a sua missão.
A nós, apenas nos compete fazer deles homens de bem, transmitir-lhes valores que possam ajudar esta sociedade que vivemos, a se tornar cada vez mais, uma sociedade mais justa, mais unida e mais solidária.